Autômatos? Parecemos autômatos,eu e minha mulher repetimos diariamente
os mesmos rituais,acordamos bem cedo,acordamos as crianças,banho,café e
partida para trabalho e escola,todo dia no automático,mas não tem
jeito.Quando tento parar um pouco pra pensar,claro para pensar,quando
acordo adoro pensar e divagar nesse horário,mas o relógio me empurra pra
frente e os pensamentos se diluem no primeiro gole de café.Quando vou
ver já estou jogado no transito levando as crianças e depois me levando
para mais um dia de repetição no trabalho.O dia todo com gestos
repetitivos e depois casa de novo,onde tudo se repete à noite,cansados
deitamos e nada acontece na cama.Desde que as crianças nasceram esta
dinâmica mudou,e eu não tenho mais meus momentos de intimidade com minha
mulher. Porque é assim? Porque ficou assim? Porque permitimos que
ficasse assim? Será que todos casais são assim? Claro que não. Mas eu
quero salvar meu casamento,tenho de.Percebi que não nos tocamos de
manhã,nem de noite,beijos e carinhos ficaram lá pra trás e o
distanciamento cada vez mais se aprofunda.Ou faço alguma coisa,ou me
acomodo como muitos,ou me separo.Mas amo minha mulher e tenho que
acender esta chama de novo.
Fiquei acomodado e dois colegas de trabalho perceberam uma certa
melancolia no meu dia a dia no trabalho,até que me convidaram pra ir
numa sauna no horário do almoço.Vivenciei lá emoções e alegrias que eu
pensava não mais existir,mas quero essas emoções e alegrias lá em casa e
não na rua. Viciei,se posso usar este termo e agora vou pelo menos duas
vezes por semana na sauna e sempre escolho a mesma mulher porque sei
que lá não vou ter compromisso.Mas sabe o que esta acontecendo? estou
entrando numa rotina lá também.Acho que a vida é assim mesmo...
O problema aí, se é que existe, é de movimento e não de amor. Queremos ter tudo e nada temos.
ResponderExcluirBj
É muito raro ver um homem romper um casamento, pois a grande maioria, como o personagem desta crônica, se acomoda na rotina, e vai procurar na rua, o que não tem mais em casa e, depois de passada a euforia inicial, se vê de novo na mesmice, só que desta vez, de cunho sexual sem nenhuma afetividade. Concordo com o que disse a Jô, a questão é mais de movimento do que de amor.
ResponderExcluir